Série Meu Nosso
2008-presenteNas pinturas da série “MEU NOSSO” as letras (M,E,U,N,O,S) são usadas como formas para geometrizar o espaço interior de cada quadro.
O ato indutor do processo foi nomear os instantes da produção e da fruição da pintura, da sua relação com o homem. As letras formam palavras que resultam dessa escolha individual: “meu” quadro. Tempo da produção no qual todas as decisões dependem do proponente. E do momento posterior com o quadro “pronto” separado no tempo quando cabe dividir com o outro a relação (a ser estabelecida) com o objeto produzido: “nosso” quadro. São os momentos posteriores da proposta em seu encontro com o outro (o destino do quadro). Correspondentes ao tempo da fruição, da recepção da pintura na sociedade.
Na proposta as letras permitem tentativas de leituras, de decifrações de palavras pintadas, de observações sobre posições, cores e tipos de aplicação, potencializadas como camadas transparentes de cada letra módulo. O resultado desse processo permite ao observador escolher diferentes modos de se relacionar com o quadro e possibilita ainda a alusão à multiplicidade de espaços dimensionais teorizados pela física contemporânea e dos quais temos consciência.
As letras são pintadas como módulos e aplicadas em quadros também módulos como processo de trabalho sempre repetido. Nessa pesquisa um jogo se estabelece, entre a colocação das letras–módulos em diferentes posições (determinada no espaço e no tempo) sobre o quadro, as formas e as cores resultantes das seguidas sobreposições. E ainda entre formas geométricas de tons diferentes, de uma mesma cor, correspondendo para cada palavra. Além disso a distribuição dessas formas modulares em uma sequência de suportes iguais fazem que os quadros também funcionem como módulos, possibilitando desdobrar o emprego plástico/visual de cada uma dessas letras-módulos, como letras dentro de cada quadro e como partes de novas formas, assumidas pelos quadros módulos quando dispostos no espaço em múltiplos. Assim a proposta coloca para o outro, a questão de como dispor os quadros-módulos, a partir da relação desse outro com mais de um quadro módulo.
Foram produzidos mais de 100 quadros nas medidas: 30x30x4 cm; 20x20x4 cm; 50x50x2 cm e 50x50x4 cm.
O emprego de letras pintadas como módulos na produção de quadros também módulos, permite a “falsificação autorizada” ou reprodução da proposta por qualquer um. Um alinhamento ideológico concernente ao desdobrar da arte no campo conceitual.
A relação entre o observador e o quadro como objeto performático pode ser de participação mínima, com a redução da experiência ao ato de olhar a pintura. Pode também ser maximizada em sentido oposto. Então a possibilidade de “falsificação”, apresentada como questão, torna-se a possibilidade máxima de envolvimento. No qual cada quadro resulta em um registro do tempo (e naturalmente das escolhas) em que foram produzidas.



Série Meu nosso. Tinta acrílica sobre lona. 50x50cm (cada).



Grupo 3P
2015. Participação na FILAAC - Feira I Independente Latino Americana de Coletivos de Arte - Memorial da América Latina, São Paulo com os integrantes do Grupo 3P (Yiftah Peled, Marcos Martins e Ricardo Maurício)
Em São Paulo, durante o tempo marcado pela ampulheta da foto (cerca de 4 minutos), os módulos-pinturas poderiam ter sua disposição modificada de acordo com o desejo daquele visitante que a utilizasse. Essa ampulheta era constituída por areia, garrafas de água, fita colante e uma moeda de R$ 1,00 real furada.
2015. Participação na FILAAC - Feira I Independente Latino Americana de Coletivos de Arte - Memorial da América Latina, São Paulo com os integrantes do Grupo 3P (Yiftah Peled, Marcos Martins e Ricardo Maurício)
Em São Paulo, durante o tempo marcado pela ampulheta da foto (cerca de 4 minutos), os módulos-pinturas poderiam ter sua disposição modificada de acordo com o desejo daquele visitante que a utilizasse. Essa ampulheta era constituída por areia, garrafas de água, fita colante e uma moeda de R$ 1,00 real furada.


Série Meu nosso. Tinta acrílica sobre lona. 20x20cm (cada). 2015.
Vira Lattes (2016) é a exposição coletiva dos docentes do Centro de Artes da UFES na Gap que pretende promover um panorama da produção dos professores focada nas manifestações de caráter contemporâneo.
A idéia da exposição é mostrar variadas formas de produção de arte manifestas em formas individuais ou coletivas, e juntamente explorar como a produção de arte dialoga com idéia de pesquisa e ensino, seja através do objeto de arte ou por outras dinâmicas possíveis.

Exposição Vira Lattes. Série Meu nosso. Tinta acrílica sobre lona. 20x20cm (cada). 2016.